Os juízes afirmam que trabalhar alcoolizado até pode melhorar produtividade. O Tribunal da Relação do Porto obrigou uma empresa de Oliveira de Azeméis a reintegrar um empregado da recolha do lixo que tinha sido despedido por se ter descoberto que estava a trabalhar alcoolizado.

A empresa de gestão de resíduos Greendays alegou que o homem “Incorreu de forma culposa em gravíssima violação das normas de higiene e segurança no trabalho”, levantado-lhe um processo disciplinar com vista a despedimento, mostrando pouca compreensão para com os hábitos do funcionário.

“Incumpriu o dever de realizar o trabalho com o zelo e a diligência devidos, revelando um profundo desinteresse pelas funções confiadas, contribuindo para a lesão de interesses patrimoniais sérios e afectando de modo gravoso a imagem pública” disse o patrão.

Porém o Tribunal da Relação do Porto, confirmou recentemente uma sentença de primeira instância, os resultados das análises ao sangue nunca poderiam ter sido usados pela entidade patronal sem autorização do trabalhador.

Por outro lado não existe na Greendays nenhuma norma que proíba o consumo de álcool em serviço e os magistrados afirmam ainda: “Vamos convir que o trabalho não é agradável. Note-se que, com álcool, o trabalhador pode esquecer as agruras da vida e empenhar-se muito mais a lançar frigoríficos sobre camiões, e por isso, na alegria da imensa diversidade da vida, o público servido até pode achar que aquele trabalhador alegre é muito produtivo e um excelente e rápido removedor de electrodomésticos.”

Além disso, o homem não estava a recolher o lixo “aos tombos e aos pontapés aos resíduos, murmurando palavras em língua incompreensível”.

A Greendays ainda não decidiu se vai recorrer do acórdão do Tribunal da Relação do Porto.