Advogados de Salgado querem perícia médica ao Alzheimer do ex-banqueiro condenado a seis anos de prisão no processo separado da Operação Marquês.
Foi apresentado um requerimento à juíza do caso EDP a realização de uma perícia médica, já que Ricardo Salgado não pode prestar declarações pois está pior do Alzheimer e refuta a prática dos crimes.
“O arguido encontra-se à disposição do Tribunal Central de Instrução Criminal para realizar perícia médico-neurológica, para efeitos de comprovar o seu quadro clínico acima descrito, com as devidas consequências legais que daí devem ser retiradas, nomeadamente extinção/arquivamento dos presentes autos quanto ao arguido”, lê-se no rquerimento.
“Afigura-se evidente que uma qualquer prisão efetiva — ainda para mais na duração determinada no acórdão recorrido — causará ou, pelo menos, acelerará o falecimento do ora arguido recorrente”, lê-se no recurso para o Tribunal da Relação de Lisboa (TRL), divulgado pela Lusa.
Ricardo Salgado afirma não ter capacidade para tomar sozinho a medicação e aproveitou a morte da João Rendeiro para que os juízes da Relação tenham compaixão por ele.
A defesa de Salgado alega ainda que “O próprio acórdão recorrido fez questão de omitir e não apreciar os concretos efeitos jurídicos que daí advêm para a determinação da pena e respetiva suspensão (…) a mera leitura do acórdão recorrido afigura-se, no mínimo, chocante no que diz respeito à aplicação de uma pena de prisão efetiva”.
“A ser aplicada uma pena única de prisão (…), esta pena única deve ser muito inferior a cinco anos, que deve ser suspensa, porquanto a simples censura do facto e a ameaça da prisão realizam de forma adequada e suficiente as finalidades da punição”, invoca o recurso.
Os advogado do ex banqueiro alegam ainda que qualquer prisão efetiva acelerará o falecimento de Ricardo salgado, dado o seu diagnóstico de Doença de Alzheimer.
A defesa critica a decisão do tribunal que praticamente ignorou a relevância da patologia de que padece o ex-banqueiro.