Sem Ronaldo, Portugal joga mais coletivo e criativo. A seleção portuguesa conquistou sua maior vitória de todos os tempos ao derrotar o Luxemburgo por 9-0 no Estádio do Algarve, num jogo de qualificação para o Europeu de 2024, na Alemanha.
Neste jogo, Cristiano Ronaldo estava ausente devido a suspensão por acumulação de cartões amarelos, e surpreendentemente, sua ausência não foi sentida.
Surgiram dúvidas sobre se, aos 38 anos, Ronaldo ainda acrescenta algo à seleção e se não é hora de permitir que outros jogadores tenham mais tempo de jogo e que Ronaldo passe mais tempo no banco, especialmente nesta nova era da seleção sob o comando do treinador Roberto Martinez.
O comentador Luís Freitas Lobo partilhou a sua opinião sobre o assunto com o jornal O Jogo e explicou por que a equipe portuguesa pareceu se sair melhor sem a presença do capitão:
“De repente, vimos o talento e a criatividade da seleção portuguesa se destacarem. E acredito que não tenha sido por acaso. Com um esquema tático 4-4-2 contra Luxemburgo, jogamos com soltura, criatividade e alta qualidade. Jogamos também sem Ronaldo na frente de ataque. Isso não significa que a seleção seja melhor sem Ronaldo, mas acho que os jogadores, sem a necessidade de depender tanto de Ronaldo para o último passe, jogaram de forma mais solta.
Foi gratificante ver a dupla Jota e Gonçalo Ramos na linha de frente. Foi maravilhoso ver a criatividade de Bernardo Silva e a qualidade de passe de um grande jogador como Bruno Fernandes. Acredito que esse é o caminho para nos fazer vibrar novamente com a seleção.
Ganhar ou perder é uma questão diferente. O que importa é criar um estilo de jogo que nos encha de orgulho e entusiasmo pela seleção. E acredito que esses dois fatores – a mudança de sistema e a ausência de Ronaldo – realmente libertaram a equipa.
Certamente, haverá jogos em que será útil ter Ronaldo em campo, assim como haverá jogos em que será útil jogar com três zagueiros. No entanto, em termos de sistema e preferência tática, acredito que nenhuma dessas opções seja ideal no momento. Mesmo contra adversários mais fracos, tem sido angustiante assistir aos jogos da seleção, mesmo quando vencemos. É hora de um novo futebol com um sorriso no rosto”, concluiu Luís Freitas Lobo.